Hoje recebi uma notícia inesperada [já tinha desconfianças, mas bastante ligeiras] e muito perturbadora: a miúda que está comigo no escritório de trabalho foi despedida, o que faz com que eu fique com o meu trabalho mais o dela e fico sozinha.
Não me assusta o trabalho em si [pronto, assusta-me um bocadinho], o que mais me incomoda é o modo como os meus patrões fizeram este despedimento, sem aviso sem motivos certos, e como tudo se passou repentinamente.
É certo que o nosso escritório não tem lucros muito acima da média, é certo que por vezes as despesas são superiores aos lucros. Mas despedir alguém que entende este mercado á muito mais tempo que eu, que está dentro da empresa á anos, que conhece bem todos e o procedimento das coisas, do modo que fizeram, deixa-me incomodada.
Por vezes sinto que devia ter sido eu a escolhida ao despedimento, porque eu ainda tenho o "meu primeiro emprego" para gozar, o que torna mais fácil a minha entrada noutra empresa pois trás benefícios. E também porque eu ando um pouco cheia disto e tenho outras expectativas de emprego. E acho bastante injusta a saída da minha colega. Para não falar que daqui a mais ou menos dois anos o meu patrão deve-me despedir também, porque deve fechar o escritório e eu perco esta vantagem do primeiro emprego.
E depois de saber que ainda posso trocar de escritório e ir para aquele escritório onde acontece tudo e mais alguma coisa de mal, onde persiste o trabalho atolado, as desconfianças, as bocas, os patrões, tudo. Prefiro mil vezes o escritório onde estou, e peço mesmo não trocar.
Existe um novo e longo caminho pela frente, tanto para mim como para a minha colega. Só desejo que ela tenha ainda mais sorte do que estando aqui e que eu também consiga ter sorte.
Caminho longo, mas infelizmente não é uma reta sem obstáculos,
Mas que piada tinha a vida se não houvesse obstáculos para nós,
com forças ultrapassa-los.
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